Coisas boas acontecem àqueles que já não esperam. São pequenas insignificâncias que se juntam: alguns movimentos, algumas palavras, alguns gestos, consideráveis sacrifícios, e eis que se ergue perante os olhos um mundo novo em todo o seu esplendor.
É preciso ver a materialização do sonho para o considerar. Não sem esforço, não sem uma réstia de medo. O corpo despe lentamente as camadas da decepção, da insegurança, das angústias, de todos os maus finais. Uma a uma elas caem aos pés. Este é o meu corpo e a minha alma. Nus, desamparados, expostos. Toma-os ou deixa-os -- o quase não voltará a ser aceitável.
Duas mãos pacientes dão forma ao vazio, conhecem a solidão, recolhem os remanescentes e criam uma nova forma de dizer o amor.
Coisas boas acontecem àqueles que já não esperam. Coisas boas aconteceram-me a mim, e a nós.
Andreas Heumann
(e é por isto que ando lamechas, piegas, mimalha, a negar todos os livros que sempre amei, as músicas que sempre ouvi, porque preciso de uma coisa nova e única)
O meu amor - Cristina Branco (Sensus, 2003) Chico Buarque
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
Está oficialmente aberta a ÉPOCA DA PIROSICE, neste blogue.
A Banda Mais Bonita da Cidade - Potinhos
Não, não falo de coração
Coração é piegas, careta
Coração tá fora de moda
Nada, nada de cantar coisas do coração
No teu samba canção
Nada de um coração que infarta por
sofrer de amor
Na tua balada, nada
de um coração que foi triturado
Mastigado e jogado fora
Nada dessa fera que se auto devora
se auto destrói
e deixa no lugar um buraco gelado
que quando venta dói
Por favor, não ponha um marca passo
no espaço do meu coração
Substitua o bagaço do meu coração
Tão manso e sem descanso
No seu pulso no
balanço no bater
Ponha um daqueles potinhos
com água e açúcar
em que o beija-flor vem beber
A Banda Mais Bonita da Cidade - O mais feliz da vida
Eu não tenho sono
Eu não tenho tempo
Eu só tenho olhos pra você
Há tempos eu não via
Página em branco
Força, redenção e amor
Isso por direito, pro resto dá-se um jeito
Que venha a primavera agora
Faltava ousadia
Mas, se rasgo o peito
Acaba tudo em vermelho e lá fui eu
Eu não tive plano
Eu não tive glória
Mas sonhei o seu melhor sonho
Tive sua mão e agora sua mãe
Também quer ver o homem em mim
Já me vi tão triste e tolo é quem insiste
Estar assim tão satisfeito
Faltava ousadia
Mas, se rasgo o peito
Acaba tudo em vermelho e lá fui eu
O mais feliz da vida
sou eu
com tudo exposto nas mãos
P. S.: A promotora não se responsabiliza pelos danos causados nas retinas de quem a lê, nem pelos problemas auditivos de quem a ouve. Estais, por isso, por vossa conta e risco.
The Wine We Drink - Drew Holcomb and The Neighbors
I have a tendency to laugh at all the wrong moments. Sometimes I forget the words to my own song. I'm not the silent type or an exit sign or a yellow brick road. You are the one thing that I know.
It's in the wine we drink, dirty dishes in the kitchen sink, and the lights go out til the sun comes up; we are not alone. It's in the miles we drive, never having to say goodbye to the things we tell each other without saying a word. You are the one thing that I know.
There's a beauty that we never know what the future holds. Beneath the surface we are the calm, we are the storm. I'm not sunset or a hurricane or a Vincent Van Gogh. You are the one thing that I know.
Quando deixas de te levar a sério, os outros levam-te a brincar. É a consequência lógica da tua escolha. Adoramos o tom professoral e respeitamo-lo -- o absurdo reconhecimento por quem nos mostra toda a nossa ignoranciazinha pequenina e tão desnecessariazinha.